APATA: um refúgio de amor e cuidado

Em Cajamar, encontramos um verdadeiro refúgio de amor e cuidado: a APATA (Associação Protetora dos Animais de Taipas).

Fundada por Tania, a APATA é um exemplo inspirador de dedicação e compromisso com a vida animal. Tania, cuja vocação para proteger e acolher animais maltratados foi despertada desde cedo, transformou a APATA em um lar para inúmeros cães e gatos que, um dia, chegaram doentes e assustados.

Inspirada pela história familiar de amor pelos animais, Tania seguiu os passos de seu pai, que sempre cuidou e acolheu animais em uma época em que isso era uma tarefa ainda mais desafiadora.

A partir de agora, você vai conferir o bate-papo que tivemos com Tania a respeito da história da APATA e como tudo aconteceu do início até hoje.

“Cresci em uma família que valorizava os animais. Meu pai já os resgatava e é na casa onde ele morava que hoje está localizada a APATA. Sempre quis ter cachorros, mas meu apartamento não permitia. Comecei a resgatar animais que encontrava abandonados à beira da estrada durante minhas visitas aos meus pais. Quando meu pai faleceu, mudei-me para Cajamar para cuidar desses animais. Em 2016, surgiu a oportunidade de abrir a APATA. Foi um desafio, mas estou comprometida em proporcionar uma vida digna e saudável para esses eles. A APATA é meu propósito de vida, e estou determinada a fazer a diferença na proteção animal e na conscientização da importância do respeito aos animais.”

Durante a conversa, Tania compartilhou sua motivação e compromisso em cuidar dos animais abandonados:

“Fiz um planejamento para encaixar o valor da ração no meu orçamento, mas as despesas com resgate e cuidados são muitas. Assim, decidi abrir a APATA, buscando parcerias para obter preços mais acessíveis. A APATA surgiu por amor aos animais e estou sempre aprendendo e me aprimorando. Tenho o apoio de vocês, o que é um grande privilégio. Cuidar dos animais é a minha vida e minha missão. Apesar das dificuldades, seguimos em frente.”

Tânia enfatiza a importância de tratar bem todos os animais, independentemente da raça:

“Como a única provedora financeira e funcionária pública, sinto uma grande responsabilidade. Poderia me aposentar, mas continuo trabalhando, sonhando com a autossuficiência da APATA. Trato bem todos os animais, independentemente da raça, e recentemente resgatei Luzia, uma cadelinha que precisava de cirurgia oftalmológica. Infelizmente, Luzia não pôde ser operada devido a uma doença. Estamos nos esforçando para cuidar dela e cada desafio me motiva.”

Tânia espera ter recursos suficientes para cuidar dos animais, mesmo na sua ausência, e reconhece a dificuldade em encontrar voluntários comprometidos, especialmente devido à localização da APATA:

“Desejo que a APATA se sustente sozinha, sem depender do meu salário. Enfrento dificuldades financeiras e administrativas, e gostaria de mais engajamento nas redes sociais. Preciso de mão de obra para ajudar em diversos aspectos e padrinhos para ajudar financeiramente. Infelizmente, não é viável pagar pensão para adoção. Gostaria de ter mais tempo para me dedicar aos animais, mas as tarefas de limpeza e manutenção da casa consomem muito do meu tempo.”

Sua rotina começa pelos canis, recolhendo as fezes e lavando os espaços, e assim vai sucessivamente, construindo as tarefas em torno dos cuidados dos animais que estão na APATA:

“Acordo cedo, por volta das 5 horas da manhã, e começo a cuidar dos animais, incluindo as galinhas e os pintinhos. Não utilizo as galinhas para consumo, prefiro cuidar delas. Começo pelos canis, recolho as fezes e lavo todos os espaços. Em seguida, passo para os gatos. Temos uma grande quantidade de gatos para cuidar, mais de 40, além das galinhas e dos pintinhos. Alguns filhotes estão doentes e precisam de atenção especial. Após finalizar essa tarefa, continuo com os cuidados dos gatos, garantindo que todos estejam bem alimentados e recebam todo o carinho e cuidado que merecem.”

Devido à localização rural, os animais são bastante afetados por carrapatos, e seu marido ajuda na alimentação deles quando possível:

“Faço tudo sozinha, especialmente aos sábados, cuidando das tarefas da casa e do abrigo na estrada. Meu marido cuida da alimentação dos animais quando possível. No sábado, cuido e limpo todos eles e à noite, optamos por refeições mais fáceis. Realizamos um trabalho de doação e divulgação, falando sobre a APATA. Temos mais de 200 animais e tenho facilidade em encontrar novos lares para os filhotes. Prefiro doar para pessoas que tratarão os animais melhor do que eu. A APATA não é o melhor lugar para os animais, mas lá eles têm a oportunidade de brincar o dia todo. Crio uma piscina de caixa d’água para eles se divertirem.”

Durante a entrevista, Tânia menciona um caso específico, e explica que não é possível doar cachorro assim, pois ele não se adapta facilmente e as pessoas acabam devolvendo-o por falta de paciência:

“No abrigo, tem um cachorro que não para de latir. Ele é um pouco chato, mas o amamos. Não dá para doar um cachorro assim, pois as pessoas acabam devolvendo. Elas querem um animal, mas querem que ele fique o dia inteiro dentro do apartamento. Penso mais no animal do que em mim. Entendo quando vejo um animal na rua, sei se ele está com dor ou não. Não estou mais resgatando, não tenho mais espaço. Se encontrar um cachorro abandonado, eu ajudo, mas se ele estiver bem, saudável, não pego. No máximo, deixo ração. Mas se ele estiver doente ou com algum problema, eu pego. Nossa quarentena conta com cinco baias e sigo o protocolo para que nenhum dos animais da ONG tenha contato. Deixo em média 15 a 20 dias com vacinações, vermifugações e, se não precisar levar ao veterinário, ótimo.”

Outro ponto importante do bate-papo de Tania com o Instituto PremieRpet® foi a contextualização dada por ela da realidade de uma ONG:

“Recebi uma mensagem sobre um cachorro em Carapicuíba, que estava sofrendo maus-tratos. Fui até lá, peguei o cachorro e o levei para a quarentena. No sábado, ele me mordeu na perna e acabei ficando internada por um mês devido a uma celulite infecciosa. Ele está bem, mas nunca tomou um banho. Se ficar doente, não temos como cuidar de seu olho, que está machucado. Temos muitos outros resgates. Vicki chegou agressiva, mas se tornou um doce com o tempo. Bruce é agressivo, mas brinca com meu marido. Uma vez, encontrei um cachorro abandonado em uma lixeira. O nome dele é Cheetos e ele tem hipoplasia cerebelar, então nunca voltou a andar. Comprei um suporte para bebês e o uso para carregá-lo. Muitas vezes, estou fazendo minhas tarefas e ele fica grudadinho em mim, quietinho.”

Além disso, destaca a ótima colaboração entre a APATA conosco:

“Surge uma ação incrível para nos ajudar. Nunca pegamos material de limpeza, mas é essencial. A APATA foi apresentada para a professora Rita, que veio conhecer. Eles ficaram maravilhados com os detalhes, como o local onde meus cachorros tomam banho. Sou exigente com a limpeza, tudo precisa estar bem lavado e cuidado. Temos uma ajuda valiosa de vocês. O processo que realizam é maravilhoso, e tem contribuído com todas as atividades da APATA; e somos gratos por isso.” A entrevista com Tânia nos mostrou o quanto é importante o cuidado com os animais e a dedicação que ela tem em garantir o bem-estar de cada um deles. Desde o cuidado com as galinhas e pintinhos até a atenção especial aos gatos e cachorros doentes, passando pelo dia a dia de trabalho árduo acreditando na missão com a APATA, Tânia demonstra um amor incondicional pelos animais e um compromisso incansável em proporcionar-lhes uma vida feliz e saudável.